sábado, 29 de junho de 2013

18 - Limite de freqüências é o que é importante discutir?


O limite de freqüências é o que importa? Ou o que importa é a reprodução exata dos componentes de Fourier, imprescindíveis na formação fiel dos timbres das notas musicais? Percebo um grande equívoco geral ao se tentar qualificar esta ou de outra midia pelo limite de freqüências alcançado. Já falei acima, que as freqüências graves dos LP's podem chegar até 7 Hz (Ferreira, Pedro - Analógico e Digital: A Politização Tecnoestética Do Discurso dos DJ's. Doutoramento. UNICAMP), mas esse fato ainda permanece desconhecido pela maioria. Mas o que noto mesmo é a excessiva preocupação com limite de freqüências atingidas pela cápsula de um toca-discos (Que vai até 60 kHz - Vide manual da Cápsula Grado Gold), quando na realidade o "som" é muito mais que isso (Existem os médios e graves, que são os sons que definem realmente a música, sendo o agudo e o alto agudo o complemento da definição do que escutamos) e é aí que a coisa complica em termos de digitalização: Coisas que a propaganda do CD ocultou e hoje em dia já demonstra preocupação, quando fala insistentemente em amostragem, inclusive usando o termo incorreto "kHz", quando o correto é a.s (Amostras por segundo). Há um verdadeiro desespero dos cientistas da digitalização à medida que se desencobre (Do verbo desencobrir) os problemas da digitalização. E a explicação é a seguinte: O som de uma nota musical é composta de sobretons ou harmônicos. A isso a física denomina de Componentes de Fourier. Ou seja, um "Lá", por exemplo, é composto de vários harmônicos ou sobretons, cada um com sua freqüência. A soma deles forma o que se chama tom fundamental, que no nosso caso é o "Lá". Teremos: SOM = C1 + C2 + C3 + C4 + C5 + C6... "em que cada termo "Ci" corresponde a uma determinada freqüência, múltipla da freqüência do termo C1", no dizer de Carlos Alexandre Wuensche, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (IMPE), Divisão de Astrofísica, 1998. Ou seja, um singular som, para ser mais preciso, um TOM (Nota musical), é como um sanduíche: É composto de várias partes. Na gravação digital, devido às características do processo de conversão já explicadas, não são transferidos para o CD os 100% do registro musical ao vivo. As "fatias do sanduíche" ou componentes de Fourier (Harmônicos do tom fundamental) para ser mais preciso, são gravemente prejudicadas, chegando determinados estudiosos no assunto a dizer que não são reproduzidas no CD, o que é notado pela "frieza" do seu som e outros adjetivos já dados até hoje. Ou seja, a gravação digital "mata" os harmônicos e sub-harmônicos da nota musical (E tanto os graves como os agudos, daí nenhuma importância ter a questão das altas freqüências a que se referem certos estudiosos incautos) no processo de interpolação pós-sampling e aí, como já disse, é indiferente a discussão do limite das freqüências, porque simplesmente elas não estão lá, no topo, no meio ou abaixo do espectro de freqüências. Ou seja, antes de comparar a freqüência do CD com a do LP, para discutir quem tem mais capacidade de reproduzí-las, temos que verificar a qualidade de cada nota que cada um reproduz. Esse é o ponto, que deve ser discutido em nível científico sobre a questão da qualidade do som armazenado em CD e do som armazenado em um disco de vinil ou qualquer outra mídia analógica.