sábado, 29 de junho de 2013

1 - Introdução ao tema CD versus Vinil


A questão do Vinil versus CD tem sido palco de muitos e acalorados debates, principalmente na internet, onde existem várias publicações sobre o tema. Contudo, notam-se defeitos muito graves na abordagem de um tema que é um misto de científico e sociológico, sendo o principal deles a falta de uma pesquisa profunda e fundamentada. Primeiro, a começar pelo termo incorreto "digitalização", que só é mencionado no Brasil: O termo correto e usado no resto do mundo é numerização. Numa visão inicial, já dizemos de saída: O Disco de Vinil é a primeira cópia exata do som real. O Disco Digital é a segunda cópia inexata do som real. Não existe som real digital: Originalmente, ele é analógico. E a questão da exatidão e da inexatidão é matemática. (A palavra "cópia" é uma metáfora usada mundialmente em áudio. Claro; até porque não se pode copiar um evento puramente físico, como é o som no ar). (E a cópia a que aqui refiro-me é a cópia comercial, pois tecnicamente falando, a primeira cópia é o master). Mas continuando, há diferenças que marcam um e outro: Partindo do ponto de vista técnico-científico, iniciaremos com o problema do sampleamento para o "digital" (Sintetização imperfeita), o que quer dizer o seguinte: O sinal analógico é especializado e é um espelho do som real do que a banda tocou. Já o sinal digitalizado ou numerizado (Como já disse, é termo correto e no resto do mundo só é falado assim, principalmente por não-leigos) é simples; é uma amostra. O sinal numerizado nem cópia pode ser chamado, já que cópia deve ser matematicamente fiel: Trata-se de uma semelhança do sinal; não um espelho do sinal elétrico real, como é o sinal analógico: Exemplo de som analógico comparado ao som real: Imagine-se diante de um espelho: Ele reflete sua imagem com perfeição, mas não é você! Percebeu? O digital seria uma imagem de um espelho, então. Ou seja, o primeiro é mais complexo nas suas informações e o segundo muito menos complexo; no CD o método é eletrônico-óptico-digital; no vinil o método é eletrofísico (O vinil é uma grande palheta - seus sulcos tocam a agulha como quem toca o captador de uma guitarra); falam que o analógico "colore" o som (Pelo menos ele acrescenta, não retira, acrescenta coisas boas e possivelmente ruins, estas últimas a depender da afinação do equipamento e cuidados com a lavagem do vinil); o digital purifica o som, é certo, mas sacrifica a especialização do sinal; isso aparece com alguma percepção de seu ouvido na péssima definição dos agudos altos; o vinil tem uma largura de banda útil teoricamente infinita em kHz, pois não há um limite teórico para inserir-se sons em um sulco. Enquanto isso, o CD tem uma faixa de freqüência máxima de 22.5 kHz e o SACD e outros discos de codec, em torno de 48 kHz. Aumentar a amostragem? Não adianta, pois a "medição" (Quantização) pelo conversor continuará imperfeita e isso deprecia os harmônicos, além de não existir algoritmo que permita amostragens próximas ao infinito, e, lembrando que a cada aumento de amostragem, aumenta-se o "lixo", o ruído, o erro de "dither", que tem que ser dispersado aleatoriamente para não prejudicar o resultado. Importante estudo você pode ver em http://sonsultrassonicosnovinil.blogspot.com/, de minha autoria, demonstrando estudos sobre o assunto. Na maioria dos tocadores de discos digitais a banda de 48 kHz simplesmente não existe para tocar corretamente os conhecidos "Discos de Codec" (SACD; DVD-A; XRCD etc.). (Os fornecedores evitam dar dados oficiais). Isso ocorre principalmente nos tocadores de fabricação de massa, muito comentado pela crítica especializada; vide revistas de áudio de credibilidade. Também determinados amplificadores (Os de baixa qualidade, independente da potência se autolimitam por causa de seus circuitos baratos e ruins em face de componentes eletrônicos internos, trilhas de placa e contatos) reproduzirem uma faixa de freqüências, de, no mínimo, 48 kHz. É importante ressaltar que audiofilia é como se fosse uma corrente com vários elos: Exige-se qualidade do tocador (De CD ou de Vinil, nesse último, importante é o conjunto cápsula e braço, além da isenção de vibrações externas) + Qualidade dos circuitos de um amplificador + Qualidade sonora da caixa acústica+Qualidade das saídas RCA de todos equipamentos e dos cabos + Correção acústica da sala onde estão instalados os equipamentos+Boa masterização da mídia a ser escutada + Boa qualidade de rede de alimentação de sua residência, sem a interferência de freqüências espúrias na rede advinda de eletrodomésticos ou lâmpadas fluorescentes, resultado de um projeto elétrico ruim+Lavagem correta do LP ou Vinil, se esta é a mídia. Não há amplificadores iguais em resposta de freqüência, como muitos pensam. Podem muito bem serem iguais em potência.